Declaração Prof. Dr. Pe.Stanislavs Ladusãns S.I. (18-12-1968)
"MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS" Quem foi este filósofo?
“Estou realizando uma pesquisa científica sobre a situação atual do pensamento filosófico brasileiro, a fim de constatar, com objetividade, em que ponto se encontra a Filosofia hoje no Brasil, como ela se desenvolve, que metas está visando e que objetivos deve atingir. Durante esta pesquisa científica, ainda em curso, descobri um Pensador de extraordinário valor - Dr. Mário Ferreira dos Santos, nascido no dia 3 de janeiro de 1907 e falecido no dia 11 de abril de 1968. A descoberta deste filósofo solitário, dedicado a uma intensa atividade de pensamento e produção literária, surpreendeu-me não pouco e proporcionou-me a grata oportunidade de entrar em freqüentes contatos pessoais com ele, homem que ainda não foi descoberto no Brasil”. (Por, Dr. Pe.Stanislavs)
CLIQUE AQUI PARA O ÁUDIO DO INQUÉRITO Imagem: Imagem Roberto Ferri, contemporaneo, Perpetua. |
Sobre Prof. Dr. Pe.Stanislavs Ladusãns: Nasceu a 22 de agosto de 1912 na cidade de Rudzeisi, na Letônia. Seguiu a carreira sacerdotal, tendo cursado filosofia e teologia na Universidade Católica de Riga e, posteriormente, na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde se doutorou em filosofia.
Foi mandado ao Brasil pela Ordem dos Jesuítas, a que pertencia, tornando-se professor na Faculdade de Nossa Senhora Medianeira, pertencente àquela ordem religiosa.
Fundou o Centro de Pesquisas Filosóficas - COPEFIL, que funcionou em São Paulo em fins da década de setenta e começos da seguinte, transferindo-se para o Rio de Janeiro, nas instalações da Ordem junto à PUC.
Idealizou uma série de depoimentos de autores nacionais , reunindo-os no livro Rumos da filosofia atual no Brasil. Fundou a Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos e a Revista Presença Filosófica. Pertenceu ao Instituto Brasileiro de Filosofia. e à Academia Brasileira de Filosofia. Faleceu a 25 de julho de 1993, aos 80 anos de idade.
Rumos da filosofia atual no Brasil; em auto-retratos. São Paulo : Loyola, 1976, v. 1. il.
Pensamento parcial e total. São Paulo: Loyola, 1977 294 p. (Investigações filosóficas de atualidade, 1).
Criatividade filosófico-cristã hoje. Rio de Janeiro : Presença, 1982. 27 p. (Coleção tema atual, 50).
Gnosiologia pluridimensional; fundamentos fenomenológico-críticos do conhecimento da verdade. 2. ed. Rio de Janeiro : Presença, 1982. 59 p. (Coleção tema atual, 51-52).
Originalidade cristã da filosofia. Rio de Janeiro : Presença, 1984 24 p. (Coleção tema atual, 72).
A análise social filosófico-cristão. Rio de Janeiro : Presença, 1988. 421 p. (Investigações filosóficas da atualidade, 2).
CAMPOS, Fernando Arruda. In Memoriam : Stanislavs Ladusãns S. J. Revista Brasileira de Filosofia, São Paulo, v. 41, n. 174, p. 137-138, abr./jun. 1994.
JAIME, Jorge. Pe. Stanislavs Ladusãns, uma vida dedicada à filosofia.Veritas, Porto Alegre, v. 39, n. 156, p. 613-619, dez. 1994.
NEVES, Flávio. Prof. dr. Stanislavs S. J, O pensamento parcial e total. São Paulo : Edições Loyol, 1977. 294 p. Kriterion, Belo Horizonte, n. 71, p. 226-241, jan./dez. 1978.
Autor de uma "Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais", com mais de 35 títulos, dezenas de traduções diretas do grego, do latim, do alemão e o francês, de obras do Platão, Aristóteles, Pitágoras, Nietzche, Kant, Pascal, Santo Tomás, Duns Scott, Amiel, Walt Whitman, incursionando sobre temas da filosofia clássica, escolástica, tomista, moderna e contemporânea, ainda dissertou sobre oratória e retórica, lógica e dialética, além de escrever ensaios e romances, muitos sob pseudônimos diversos.
Estudando e lecionando silenciosamente por mais de 30 anos, desenvolveu um método particular de pesquisa, a decadialética, e criou uma filosofia própria, que denominou de Filosofia Positiva e Concreta, e que divulgou largamente em sucessivas edições de suas obras, através de editoras que constituiu e dirigiu pessoalmente, a Livraria e Editora Logos e a Editora Matese.
“Estudando e lecionando silenciosamente por mais de 30 anos,
desenvolveu um método particular de pesquisa, a decadialética,
e criou uma filosofia própria, que denominou Filosofia Positiva e Concreta.”
MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS - QUEM FOI ESTE FILÓSOFO?
Em autobiografia publicada postumamente em Rumos da Filosofia Atual no Brasil 1, conta que nasceu a 3 de janeiro de 1907, em Tietê, São Paulo, mas foi educado em Pelotas, Rio Grande do Sul, estudando direito em Porto Alegre, onde se formou em 1930.
Escrevia em jornais de Pelotas e no Diário de Notícias e Correio do Povo, daquela capital, e como jornalista participou da revolução de 30, mas por seu caráter independente e liberal, conheceu a prisão pelas críticas ao novo regime.
Durante a Segunda Guerra analisou em dezenas de artigos os episódios da conflagração, posteriormente reunidos nos livros Páginas Várias, Certas Sutilezas Humanas, A Luta dos Contrários e Assim Deus Falou aos Homens.
Nessa época, já traduzira Nietzche (Vontade de Potência, Além do Bem e do Mal, Aurora, e Assim Falava Zaratustra) 2; Pascal (Os Pensamentos e Cartas Provinciais) 3; Amiel (Diário Íntimo) 4; e Balzac 5.
Por sentir restrito aquele círculo cultural, transferiu-se para São Paulo, em 1944, a fim de publicar seus estudos.
Por sentir restrito aquele círculo cultural, transferiu-se para São Paulo, em 1944, a fim de publicar seus estudos.
Sob o pseudônimo de Dan Andersen, editou seu primeiro ensaio filosófico, Se a Esfinge falasse 6, e ainda traduziu as notáveis obras Saudação ao Mundo, de Walt Whitman, Adolphe, de Benjamin Constant; Herrmann e Dorotea, de Goethe e Histórias de Natal 7."