terça-feira, 19 de maio de 2015

TESE 4 – A demonstração exige o termo médio; a monstração*, entretanto, não o exige.

TESE 4 – A demonstração exige o termo médio; a monstração*, entretanto, não o exige.

A demonstração exige o termo médio, pois é uma operação que consiste em comparar o que se pretende provar a algo já devidamente provado.
A monstração segue uma via intuitiva. A evidência do que se mostra impõe-se por si mesma, pois a sua não aceitação levaria ao absoluto. Também se pode fazer uma demonstração direta pela mera comparação acima citada; ou indireta, como a reductio ad absurdum, como no segundo caso.
Podemos exemplificar da seguinte forma: se alguma coisa não há, teríamos o nada absoluto, o que é absurdo: logo alguma coisa há.
Esta é uma demonstração indireta de que há alguma coisa.

* A palavra “monstração” não é dicionarizada. Nem “mostração”, sem o “n”. Uma versão aceitável seria “mostra”. No entanto, o sentido original de Mário enfatiza a oposição mostrar/demonstrar. Dada a preocupação do autor com a linguagem e a precisão filosófica do conceito exato (“monstração” vem do verbo latino monstro-monstrare, que significa “mostrar”), mantém-se a “monstração”, que deixa clara a conceituação de Mário, em lugar do “mostra”, menos agressivo ao ouvido e ao olho.

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