domingo, 20 de dezembro de 2015

O Silêcio que não Silencia, Prof. Dr. Pe. Stanislavs Ladusãns. SI.

Prof. Dr. Pe. Stanislavs Ladusãns. SI. 
Diagramação e Rescrição do Arquivo de artigo digital, ISAÍAS KLIPP. Arquivo Digital:  LADUSÃNS, Stanilavs. O Silêncio que não Silência. Sobretiro de Humanitas, Número 20. Universidad de Nuevo León - 1979.
  1. Um Prólogo ao Calvário da Letônia esquecida
Não está claro ainda a todos que as memorias de Abraham Lincoln sobre a escravatura abolida, as historias de servidão que reinava no Brasil e está reinando ainda hoje em alguns lugares da terra fora do “paraíso vermelho”, são apenas uma sombra, se considerarmos o atual regime escravagista dos comunistas, que se apresenta como uma defesa dos operários e abolição de injustiças. Os povos oprimidos terrivelmente pelos comunistas não tem liberdade nem para falar: são povos do silencio. Este silêncio, porém, é gritante pela crueldade de fatos. Pronuncia-se tragicamente pelo documentário de Alexandre Solzhenitsyn “Arquipélago Gulag”, dedicado a todos aqueles a quem a vida não permitiu denunciar os horrores sofridos no “paraíso vermelho”. Esta obra famosa, em que “não há personagens imaginários, nem acontecimentos imaginários”, projeta luz também sobre o Calvário da Letônia, país báltico, de dois bilhões e meio de habitantes. No mundo atual desespiritualizado e alucinado por quantidades astronômicas, este povo, por ser numericamente inexpressivo, está condenado ao esquecimento. A verdade, porém, é evidente e não silencia: não existe um povo pequeno, quando o crime cometido contra a dignidade humana é enorme. Em que consiste este crime? O ilustram os fatos que vamos ver em seguida.
I. Letônia Livre
Durante séculos a fio o povo Letôniano foi sucessivamente dominado pelas diversas nações vizinhas. Foi somente em 1918, que ele lutando heroicamente, conseguiu libertar-se do jugo da Rússia e ter um breve período de independência. Este durou até 1940, quando, a 17 de junho, a Letônia foi ocupada injustamente pelo exercito da União Soviética. Esta ocupação foi uma injustiça gritante, pois o único “crime” deste país foi o grande amor à liberdade, na qual viveu  pacífico e próspero.
O breve período de liberdade trouxe à Letônia um bem imenso, que econômico, que político, quer social e espiritual. País favorecido por ótimos recursos naturais, habitado por um povo de excelente qualidade e laboriosíssimo, progrediu rapidamente em todos os setores. Achavam-se então em pleno desenvolvimento e esplendor tanto a instrução politica e a produção literária, como a agricultura, o comércio, a indústria e a navegação. Do ponto de vista religioso, três quartas partes do país são acatólicas. A vida da Igreja Católica, porém, ressurgiu e progrediu muito. Os católicos da Letônia constituem um quarto da população (24,25%) e habitam, em massa compacta, a província Latgola. Outros vivem na diáspora, dispersos entre os luteranos.
Foi à Sé Apostólica o primeiro dos governos a reconhecer a independência política da Letônia, liberta do domínio Russo. O seu Governo formou uma concordata com a Santa Sé, no ano de 1922, a primeira no prontificado de Pio XI, acrescentando-se lhe, em 1937, a cláusula da ereção de uma Faculdade Católica de Teologia da Universidade de Riga, mantida pelo governo Letôniano não católico. A liberdade da Igreja Católica estava suficientemente garantida pela concordata e pelas leis civis. O clero achava-se isento de serviço militar. Os professores de religião ensinavam, com plena liberdade a doutrina católica nas escolas. Os católicos gozavam tranquila paz, contribuindo muito para o pregresso da vida espiritual, conforme a verdade de que o valor intrínseco da pessoa humana supera incomensuravelmente todos os bens materiais e de que o povo vale mais pelo que é qualitativamente na fidelidade ao Cristianismo do que pelo número e pelo que tem. Foram os valores de justiça e da fraternidade entre os povos que empolgavam à pacífica e próspera nação letoniana. No entanto vieram tempos de trevas e sofrimentos, quando a Letônia caiu sob o poder escravizante dos comunistas.
II. A Primeira Escravidão
Em junho de 1940 os bolchevistas acusaram, com uma desfaçatez farisáica, as três pequenas nações do Báltico (Estônia, Letônia e Lituânia), vizinhas da Rússia, de intenções agressivas a respeito da poderosa União Soviética. O exercito comunista entrou logo nos três países pacíficos, violando seus mais lídios direitos, esmagando todas as legítimas liberdades. Começou assim o Calvário de Letônia.
Um ano inteiro durou a primeira ocupação comunista. Neste ano terrível escravidão esvai-se a vitalidade de nação, sugada por mil ventosas. Começa a agir a polícia secreta, encarcerando sem cessar, de modo especial, os melhores elementos da nacionalidade. O terror e a espionagem incessantes, dia e noite! ... A destruição da cultura nacional é arrasadora! ... A liberdade religiosa supressa. A educação se transforma em uma arma de propaganda a serviço do estado vermelho. As propriedades particulares parecem. A deportação e a condenação de pessoas a trabalhos forçados são implacáveis. Em 1941 os bolchevistas atearam fogo à Biblioteca de Riga, e as chamas consumiram trezentos mil volume, entre os quais diversas coleções de raríssimo valor cultural. A câmara Municipal de Riga, os edifícios de valor histórico da “Velha Riga” ficam reduzidos a cinzas. A perseguição à Igreja Católica assume proporções terríveis. O Núncio Apostólico é obrigado a deixar o país. Patrimônios territoriais, bibliotecas, arquivos eclesiásticos, tudo arrebatam os vermelhos. A faculdade Católica de Teologia, os colégios católicos são supressos. As revistas católicas proibidas. As tipografias confiscadas. Impedidas as edições de livros católicos. A pregação da Palavra de Deus, a atividade dos sacerdotes é limitada por mil obstáculos. O ensino da religião cristã à juventude nas escolas é proibido. A base da educação não é mais a moral, mas um código de preceitos do mais grosseiro materialismo e animalidade. Nas bibliotecas escolares abundam os livros de natureza silenciosa. Nas paredes de todos os estabelecimentos de ensino vêem-se enormes retratos de Marx, Lenin, Stalin. As crianças devam crer que vivem por obra e graça da magnanimidade de Stalin (ironia). Todas as lições são adulteradas de modo a subscreverem a teoria materialista da de classes a do “triunfo final do proletariado”. No fim deste ano de escravidão a Igreja católica perde onde padres, que são terrivelmente torturados, fuzilados ou deportados para a Rússia. A perseguição atinge dolorosamente também os luteranos e outras confissões religiosas.
Este no criminoso termina na Letônia com um tristíssimo fato, que constitui o cume do sadismo vermelho e supera a todos os demais crimes cometidos pelos bolchevistas durante a primeira ocupação deste país: começando durante a noite de 13 para 1941, durante três trágicos dias, dezenas de milhares de pessoas foram barbaramente arrancadas a seus lares, carregadas em caminhões, conduzidas para trens de gado e déspotas para a Rússia, encontrando a morte de terríveis suplícios físicos e morais ... Não há um filho da Letônia que porra jamais esquecer as noites e dias desse período de horror. Os trens, carregados de vitimas – operários, camponeses, professores, engenheiros, médicos, intelectuais etc. – ficavam muitas vezes parados durante dias, esperando ordem de marcha. Quem tentasse fornecer comida ou água aos deportados, eram imediatamente fuzilados. Só desta vez a Letônia perde cerca de 36.000 dos seus filhos...
Tudo isso foi silenciado no mundo livre. É costume dos Letônianos exilados romper este silêncio vergonhoso e evocar sistematicamente, com preces comunitárias e comunicações sociais, no ano presente (1978) já pela 38 vez, a tragédia de junho de 1941, não com o espirito do ódio e vingança aos perseguidores, mas repudiando os seus crimes cometidos contra as vítimas inocentes e a liberdade de um país. Os Letônianos querem alertar deste modo os povos livres do Ocidente para que não se iludam e se unam a justiça no amor cristão e numa fraternidade sincera, colocando suas esperanças mais nos valore de espirito do que nas maravilhas do progresso tecnológicos, conforme a recente e sagaz advertência de Alexandre Solzhenitsyn, feita na Universidade de Harvard, dos Estados Unidos da América, exatamente no mês de junho em curso: “Colocamos esperanças demais nas reformas políticas e sociais, apenas para descobrir que estávamos sendo despojados de nosso maior dom: nossa vida espiritual. No Leste isto foi destruído pelas maquinações do partido no poder. No Ocidente o interesse comercial tende a sufoca-la. Esta é verdade crise. A ruptura do mundo é menos terrível que a doença que ataca suas partes” (7 de junho de 1978).
III. A Segunda Escravidão Vermelha
O período da primeira escravidão implantada na Letônia pelos comunistas (1940 – 1941) foi interrompido pelos nazistas. Começada a guerra entra a Alemanha nazista e a Rússia Soviética, o exército de Hitler prosseguindo na sua marcha avassaladora e ocupou o país. O tempo terrível da ocupação nazista da Letônia, desde o dia 1 de junho de 1941 até o dia 2 de maio de 1945, foi um triste prelúdio de uma ocupação Soviética, mas terrível ainda. Depois que as forças Aliadas Ocidentais destruíram a máquina militar de Hitler, ruiu uma ditadura, e o mundo sentiu-se feliz esperando uma paz verdadeira. Mas infelizmente isso não se aplicava à Letônia, como a tantos outros povos da Europa. A “Cortina de Ferro” separava-a da vista e influencia do mundo civilizado. Voltou-se um novo período do trágico silêncio.
Desde o ano de 1945 o terror vermelho continua a destruição da nação letoniana conforme um plano perverso. A planejada deportação em massa das inocentes tem-se ampliado nos terríveis anos da segunda escravidão vermelha com perfeição até agora desconhecida. Para substituir os numerosíssimos deportados que foram introduzidos na Letônia eram pessoas da Ásia que estavam muito aquém da cultura europeia, Russo e mongóis, recebem o nome e a residência dos deportados e assassinados. Seguem-se então divórcios e casamentos forçados. A coletivização das propriedades rurais tomou um aspecto alucinador e foi introduzida pouca a pouco com a hipocrisia típica do bolchevismo. Realizou-se depois por todos os meios possíveis, políticos e econômicos, para vencer a lentidão na organização dos Kolkhozes (fazendas coletivas do estado) e Sovkhozes, dirigidos por pessoas vindas da Rússia e para quebrar a resistência dos colonos, profundamente afeiçoados às suas terras, diante de um novo sistema agrícola injusto, que aniquila completamente a propriedade particular. Seguiu-se inevitavelmente a destruição do incentivo ao trabalho e à produção. Passou a reinar a estagnação econômica. A Letônia, outrora próspera, hoje é um vasto cenário de pobreza e degradação, suportando o genocídio. Os operários são escravos. As pessoas são tratadas pelos comunistas como coisas e animais. A nação letoniana e a religião são condenadas à morte neste período de terror vermelho, mais terrível e mais diabólico que o anterior. Densíssimas trevas afogaram a Letônia em nossos dias. Se Deus na sua misericórdia não ocorrer em auxilio muito especial, nenhum vestígio da verdadeira religião e dos antigos habitantes sobreviverá nesse país escravizado no pleno século XX.
IV. Conclusão
Diante deste Calvário de um povo imerso no silêncio trágico levanta-se a terrífica interrogação. Por quanto tempo continuarão os povos livres na ilusão, permitindo o pior dos colonialismos, a pior das escravaturas, permitindo que os comunistas construam a possibilidade de conquistar o mundo com mãos dos povos oprimidos pela incrível crueldade? A espantosa máquina de guerra comunista está levantada sobre os esqueletos de milhões de escravos. O mundo atual ouviu a voz do terrível silêncio tão eloquente? Parece que permanece silencioso e quase inativo, sem verdadeira força e brio.
Os sofrimentos dos “povos silêncio” não silenciam a exortam os que ainda estão livres a abrirem a tempo os olhos e perceberem a natureza dos fatos que aconteceram e estão acontecendo. Multidões perderam a vista o ideal cristão de vida, único capaz de fazer os homens coerentes, fortes, ativos, organizados, unidos. Os povos livres focaram quase insensíveis para solidarizarem-se com os povos escravizados pelos comunistas que suplicam ajuda. Esta ajuda supõe como fonte autêntica a força cristã do espirito que não pactua com o mal e que produz os frutos da caridade e a união. Esta é a forma das forças e a maior necessidade de hoje em todas as partes do mundo. Os meios humanos são necessários, mas não suficientes para a renovação dos homens e dos povos. É necessária uma volta decidida à pura e integral doutrina de Cristo, alma de todas as reformas perfeitas e libertações autenticas. Esta é a mensagem do silêncio de um povo que não silencia.

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